O Envelhecer e a Matemática da Vida
- Rosiris Guerra Inglese
- 25 de jul. de 2020
- 3 min de leitura

A pergunta agora é: O que você quer ser quando envelhecer? Você está se preparando para isso? Lembre-se o envelhecimento é um processo e como tal não acontece de uma hora para outra.
Seu rosto e seu corpo vão se modificando com o passar dos anos e de repente você percebe que já não tem a mesma vitalidade de antes. Você não envelhece apenas exteriormente, seus órgãos internos também envelhecem e, saiba, não envelhecem todos igualmente ao mesmo tempo. Dependendo de como você viveu sua vida, poderá chegar muito bem a essa etapa da sua existência ou não.
O Brasil, há tempos já não é mais um País de jovens. As pessoas vivem hoje, em torno de 30 anos a mais do que viviam seus ancestrais em 1940, Também a quantidade de filhos diminuiu. Como consequência aumenta a cada ano o número de pessoas com mais de 60 anos e, por outro lado, diminui a quantidade de jovens até 14 anos.
Famílias menores, implica em uma menor disponibilidade de cuidadores familiares para amparar o velho de amanhã. O País também não tem estrutura adequada para amparar seus idosos. E daí? O que podemos fazer?
Com a mudança do perfil demográfico da população brasileira, mudou também o perfil epidemiológico dessa população. Segundo o Ministério da Saúde, há redução da frequência de doenças infectocontagiosas, diretamente relacionadas à mortalidade infantil, e aumento da ocorrência de doenças crônico-degenerativas, decorrentes do envelhecimento da população, do estilo de vida e de outras atividades relacionadas ao meio ambiente.
Alexandre Kaleche, médico especialista em longevidade, destaca que para se preparar para o envelhecimento a pessoa precisa acumular 4 capitais, a saber: 1) Financeiro; 2) Saúde - estilo de vida; 3) Conhecimento - continuar aprendendo; 4) Social - família e amigos. Kaleche também destaca, com base nas estatísticas do IBGE, as grandes diferenças relacionadas ao envelhecimento e qualidade de vida, nas diferentes regiões do Brasil.
Estudo divulgado financiado pelo Ministério da Saúde, com apoio de instituições acadêmicas, revela que 75,3 % dos brasileiros dependem exclusivamente do SUS e Jorge Felix, em seu livro - A Economia da Longevidade: O Envelhecimento Populacional muito além da Previdência. Editora 106, 2019 - ressalta que 73 % dos brasileiros não tem a mínima condição de poupar, portanto não se preparam financeiramente para o envelhecimento.
Considerando que os países Europeus, primeiro enriqueceram e depois envelheceram, ou seja, tiveram mais tempo para se preparar para o envelhecimento, o que pensar de nós brasileiros que vivemos em um País que está envelhecendo sem estar devidamente preparado para essa etapa?
Fica o assunto para reflexão: Precisamos sim, de políticas publicas robustas e realizáveis; precisamos sim, de melhor gestão dos recursos públicos. Mas, há um item que depende exclusivamente de cada um de nós: a conscientização de que o preparo para essa nova etapa da vida, depende muito de cada um de nós.
Podemos sim, nos cuidar e passar esse conhecimento para nossos filhos ou netos. O envelhecimento começa cedo. Que tipo de alimento você ingere? Quanto sol costuma tomar? Tem feito exercícios físicos? Você é fumante? Tem cuidado dos seus pensamentos? Como está o seu peso? Como está a sua saúde? Você tem agido preventivamente? Em quem você está votando? Você está cobrando do seu candidato resultados? Quais resultados você espera dele? Enfim, como você está se preparando para essa fase da vida?
Eu, costumo dizer que na matemática da vida, 2 + 2 não é igual a 4, porque a vida não é uma ciência exata. Mas, Deus nos deu inteligência para pensarmos e agir, mesmo sabendo que ajustes se farão necessários durante o percurso.
E você? O que pensa sobre o assunto?
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